A Equitação, como Estratégia Mediadora, na Recuperação da Qualidade de Vida de Pacientes Portadores de Necessidades Especiais

1Conceição de Maria Aranha Fonseca,2Ana Patrícia Fonseca Coelho Galvão, 3 Elenilson de Jesus, 4Michelle Fonseca Coelho

Resumo

Ao longo da história, a relação entre o homem e o meio ambiente foi item de fundamental importância na chamada luta pela sobrevivência. Atualmente, com o desenvolvimento das ciências e os processos de racionalização dos meios produtivos, a sociedade se preocupa em extrair da natureza as suas demandas de consumo. A reciprocidade entre humanidade e natureza, associada à história do Encantador de Cavalos correspondeu, categoricamente, como um pano de fundo para contextualizar a temática. Trata-se de um estudo descritivo, com caráter qualitativo, que têm como proposta principal, reconhecer na Equoterapia, como uma das mais condizentes, viáveis e eficientes propostas a serem empregadas nos processo de recuperação e reeducação de pessoas acometidas pelas mais diferenciadas necessidades específicas, psicológicas, comportamentais e sociais. A pesquisa foi realizada no período de janeiro a outubro de 2010, obedecendo a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, quando se trata de pesquisas em seres humanos.No aprofundamento desta compreensão, foram utilizados os valores teóricos advindos de diversos artigos que abordam os desdobramentos do destacado objeto de estudo, principalmente com relação à vertente medicinal, que apóiam o desenvolvimento educacional e a inclusão social, destacando as ramificações de diversas aplicabilidades e atribuições terapêuticas, como seu emprego diante do tratamento de enfermidades, problemas de adaptação, distúrbios degenerativos ou reabilitação contra consolidações traumáticas das mais diversas naturezas e intensidades. Diante deste contexto percebemos que a equitação serve como ferramenta criadora e difusora de iniciativas, valores e concepções voltadas ao tratamento de pacientes, acometidos dos mais diversos problemas, desde aqueles que possuem uma natureza taxativamente clínica-medicinal. Destacamos a importância da equitação terapêutica como alternativa usada nos processos de recuperação da Qualidade de Vida, readaptação clínica e comportamental desses pacientes, não somente nos propósitos exigidos pelo homem no que tange à sua existência, mas como uma oportunidade única à reflexão do quanto a humanidade é frágil e dependente daquilo que advém do universo de relações que se situa além dos limites por ela estabelecidos, para que sejam adquiridos valores condizentes para a construção de cidadania.  

Descritores:Equoterapia. Qualidade de vida. Reabilitação.

Abstract
Throughout history, the relationship between man and the environment was of fundamental importance in the item called struggle for survival. Currently, with the development of science and the rationalization of production resources, society cares to take from nature its consumption demands. The reciprocity between humanity and nature, associated with the history of the Horse Whisperer responded, categorically, as a background to contextualize the topic. This is a descriptive study with qualitative, that have as main purpose to recognize the riding therapy, as one of the most consistent, efficient and viable proposals to be employed in the process of recovery and rehabilitation of people affected by the most different needs, psychological, behavioral and social. The survey was conducted from January to October 2010, according to Resolution 196/96 National Health Council, when it comes to research on humans. In deepening this understanding, we used the theoretical values ​​coming from several articles that discuss the ramifications of the prominent object of study, especially with regard to medical aspects, which support the educational development and social inclusion, highlighting the ramifications of various therapeutic applicability and assignments, his job as before the treatment of illness, adjustment problems, degenerative disorders or rehabilitation from traumatic consolidations of diverse natures and intensities. Given this context we realize that riding serves as a tool creator and disseminator of initiatives, values ​​and concepts aimed at treating patients, suffering from various problems, from those who have a clinical-medical nature exhaustively. We stress the importance of therapeutic riding as an alternative recovery processes used in the Quality of Life, clinical and behavioral rehabilitation of these patients, not only in the purposes required by man in terms of their existence, but as an opportunity for reflection on how humanity is fragile and dependent on what comes from the universe of relations that lies beyond the limits it sets for consistent values ​​that are acquired for the construction of citizenship.

Descriptors: Hippotherapy. Quality of life. Rehabilitation.

1 Introdução

Ao longo da história, a relação entre o homem e o meio ambiente foi item de fundamental importância na chamada luta pela sobrevivência. Atualmente, com o desenvolvimento das ciências e os processos de racionalização dos meios produtivos, a sociedade se preocupa em extrair da natureza as suas demandas de consumo. Em outros termos, ressalta-se que, mesmo diante das barbaridades acometidas pelo homem sobre a natureza, não há como lhe deturpar definitivamente a associação vital, o que destacaria a ativação simultânea de um crime e de uma insensatez, tal como se um filho quisesse destruir a estrutura que lhe dera advento, ou como um indivíduo que queira exterminar a sua própria condição de existência.

 Ainda que no contexto contemporâneo sejam observadas diversas atrocidades contra o meio ambiente, iniciativas estão sendo desenvolvidas e difundidas para a sociedade, de forma a coibir e conscientizar a importância de se preservar uma harmônica conjuntura de relacionamentos entre as práticas humanas e a natureza, vislumbrando a inclusão social e a difusão de processos mais ousados de aprendizagem, a partir de uma prática educacional mais interativa com a natureza.

A ensejada reciprocidade entre humanidade, natureza, processo de ensino-aprendizagem, associada à história do encantador de cavalos correspondeu, categoricamente, como um pano de fundo para contextualizar a temática que servirá para expor o entendimento analítico a ser discorrido no corrente estudo.

Trata-se de estratégia mediadora na melhoria da qualidade de vida, empregando da equitação como ferramenta criadora e difusora de iniciativas, valores e concepções voltadas ao tratamento de pessoas acometidas dos mais diversos problemas, desde aqueles que possuem uma natureza taxativamente clínica-medicinal, tal como sobre os reflexos gerados por máculas sociais imperantes em um dado âmbito coletivo.

Desta forma, de modo a se corresponder como a problemática, o estudo questiona se, na relação homem-natureza, a equitação, como estratégia mediadora, favorece o processo educacional dos sujeitos da educação especial?

De maneira mais específica, busca-se refletir sobre as atividades desenvolvidas no espaço do Centro de Equitação da Polícia Militar do Maranhão, que têm por objetivo atender à sociedade ludovicense, no que corresponde à oferta de serviços pautados em diversas modalidades de equitação.

Dentre as diversas modalidades de equitação, destaca-se a equoterapia ou equitação terapêutica, mais especificamente, como uma alternativa que instrumenta a prática da equitação sob um paradigma terapêutico e educacional aos sujeitos de educação especial, permitindo com que diversas pessoas comecem ou readquiram as condições necessárias para a vivência de processos de aprendizado e reabilitação clínica de distintas magnitudes e atribuições, como a recuperação de seqüelas neuromotoras, traumas psicológicos, problemas congênitos ou degenerativos (autismo, síndrome de Down, mal de Parkinson, mal de Alzheimer, entre outros distúrbios e patologias), transtornos locomotores, deficiências fonoaudiológicas.

Diante do vasto universo de potencialidades e materializações plausíveis e alcançáveis, reitera-se, como o propósito fundamental para a construção e desenvolvimento da corrente iniciativa científica, o enaltecimento da importância em se compreender como a questão da equitação vem sendo conduzida no contexto ludovicense, destacando as conquistas, buscando identificar e corrigir as dificuldades e, sobretudo, auxiliando a construir e divulgar esta prática para toda a sociedade, de forma a atingir principalmente as pessoas mais necessitadas que, talvez, possam encontrar, na modalidade terapêutica e inclusiva da equitação, uma das raras oportunidades em se desvencilhar das dificuldades impostas pela vida, alcançando melhores condições para continuá-la.

Para que o estudo em desenvolvimento obtivesse o respaldo ensejado, foi necessário recorrer à leitura e interpretação de publicações disponibilizadas e voltadas à temática da equitação e sobre a aprendizagem em educação especial, buscando valorizar a aprendizagem sobre os fenômenos da Biologia, a partir da natureza, como forma de favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem dos sujeitos da educação especial.

A proposta fundamental para a realização do estudo é a de destacar especificamente o universo de potencialidades do emprego da equitação para o tratamento de pessoas que possuem algum tipo de deficiência, abordando a natureza como pano de fundo e o cavalo com instrumento mediador de aprendizagens e capaz de aprimorar as relações sociais.

Para tanto, a presente conduta discernitiva se desenvolverá de acordo com os desdobramentos explicitados pelas seguintes etapas: primeiramente, a apresentação dos delineamentos dos processos de investigação sobre o tema proposto, expondo a fundamentação teórica e a metodologia que serviram de base primária para a construção do corrente discernimento. Após esta etapa, segue-se o desdobramento sobre os aspectos gerais concernentes à equitação[1], como delineamentos históricos, metodologias e elaboração de conceitos sobre a função terapêutica e inclusiva da equitação. A terceira etapa vem no sentido de compreender, na prática, se a equitação tem trazido benefícios aos seus usuários, especificamente os atendidos no Núcleo de Equitação da Polícia Militar do Maranhão, mediante a análise de dados recolhidos da observação do cotidiano e das relações coletivas e operacionais nele desenvolvidas e da aplicação de questionários às pessoas e responsáveis por outras pessoas atendidas pelo Núcleo de Equitação da PMMA. A observação e a aplicação de questionários se constituíram, portanto como os elementos instrumentais de assistência ao método empírico, empregados para o desenvolvimento do discernimento ensejado.

Com o objetivo de reforçar o acima exposto e com a finalidade de que as referidas informações sejam claras e objetivamente ilustradas por esta argumentação, decidiu-se analisar os dados levantados, interpretado-os  por meio de gráficos e esquemas representativos que possam denotar fidedignamente a realidade evidenciada pelas relações existentes no Núcleo de Equitação da PMMA, entre êxitos, contextualidades, dificuldades, desafios, projeções, críticas e, especialmente, sobre as informações que puderem proporcionar uma visualização pertinente sobre os benefícios da equitação, reiterando a sua capacidade em oferecer mais qualidade de vida e de cidadania aos que dela necessitarem.

2 A Equitação: estratégia facilitadora da qualidade de vida

A utilização de animais em práticas funcionais não corresponde a algo inteiramente novo dentro do processo evolutivo da humanidade. Afinal, desde a superação das etapas mais iniciais de desenvolvimento existencial do homem, os indícios e sinais representativos da capacidade deste em se sobressair diante das adversidades e limitações naturais se concretizaram com base no emprego da técnica e da cultura, elementos que o destacaram de sua conduta biológica e o efetivaram a converter práticas adaptativas em função de sua sobrevivência.

Foi através do conhecimento que a humanidade passou a doutrinar uma significativa parte da natureza, usando-a para adquirir proveito e instrumentar funcionalidades, especialmente sobre as demais formas de vida animal, que foram domesticadas e aperfeiçoadas geneticamente.

Os eqüinos possuem uma relação especialmente harmônica com o desenvolvimento da humanidade: originários das vastas estepes da Ásia Central, onde até hoje podem ser visualizados os seus mais antigos antepassados, pois são referência como excelentes e disciplinados criadores de cavalos, onde foram utilizados tanto na subsistência quanto no combate e, atualmente, no esporte.

O cavalo sempre ocupou lugar de destaque no cotidiano do Homem, pois representou auxílio em atividades nas quais só o esforço humano não seria suficiente. Primeiro a locomoção em grandes distâncias, as quais os pés não suportariam. Depois, como fiel soldado em batalhas das mais variadas ou no trabalho com a terra, auxiliando na produção. Hoje, depois de ser meio de transporte, soldado e trabalhador do campo, ele representa para o Homem o companheiro no esporte, no tratamento terapêutico e nas horas de descanso. O Homem e o cavalo: uma linda parceria, mesmo com todo o avanço tecnológico. Com o passar do tempo, a importância da equitação fora adquirindo outros contornos, principalmente para definir vantagens operacionais durante a realização das inúmeras guerras que se processaram durante a história da humanidade, que agilizavam as iniciativas e estratégias de imposição da força para a conquista e ampliação de territórios. Exemplos que designam esta práxis são diversos, como os ilustres casos dos hunos e mongóis, conhecidos, além da violência, pela grande habilidade de montaria e pelo respeito com que tinham com relação a estes animais. Até mesmo durante a conquista da América pelos europeus, durante os séculos XVI e XVII, o uso dos cavalos se correspondera como um elemento diferencial para a imposição da força: como nunca haviam presenciado a figura do imponente animal, os indígenas acabaram sucumbidos e sendo progressivamente massacrados diante da cavalaria incorporada aos exércitos de conquista de portugueses e, principalmente, espanhóis.

Com o transcorrer da história e da evolução tecnológica, o emprego de cavalos em atividades produtivas da humanidade foram perdendo espaço e funcionalidade. A invenção e a comercialização de automóveis, de máquinas agrícolas e da mecanização dos processos bélicos acabaram transformando a importância dos eqüinos a um plano secundário, sendo hoje, utilizados em escala simbólico - cerimonial, desportiva, educacional e terapêutica.

A importância que o emprego da equitação permite à correspondência de atividades consideradas como efetivamente terapêuticas ou de caráter educacional, pode ser materializada sob diversas formas, muitas das quais conectadas entre si por vínculos de interdisciplinaridade, para com que o desempenho terapêutico e de capacidade à inclusão social adquiram a ensejada atribuição.

Ilustração 1 – A representação esquemática da movimentação sinergética proporcionada pela cavalgadura. Os fluxos de movimentos para todas as direções condicionam ao praticante da equoterapia diversos acondicionamentos (ou recondicionamentos) corporais, como coordenação motora, percepção têmporo-espacial, fortalecimento da musculatura, da capacidade respiratória, circulatória, entre outras atribuições fisiológicas e anatômicas. (SILVA, GRUBITS, 2004.)

Em termos fisiológicos, a capacidade terapêutica do emprego de cavalos se dá justamente pela disposição de fluxos tridimensionais de movimentação ocorridos durante o ato da montaria, ou seja, o cavalgar – utilizando obviamente um animal devidamente adestrado para a finalidade, caracterizando-se especialmente pela docilidade, inteligência e boa andadura (GOUVEA, 2004, p. 12). O autor remete ao cavaleiro a sujeição a ações sinergéticas dispostas para todos os eixos, fluindo em movimentos horizontais, verticais e rotacionais.

Já em termos educacionais, o cavalo é utilizado como instrumento de desenvolvimento e aprendizado dos sujeitos da educação especial, sendo uma ferramenta de grande importância para desenvolver o aprendizado em contato com a natureza, portanto, um instrumento facilitador do aprendizado das disciplinas: Ciências e Biologia, propiciando a relação existente entre os seres humanos e o seu ambiente físico e social. Então o seu grau de desenvolvimento é aprimorado através da parceria na utilização do cavalo como instrumento de aprendizagem.

Para alguns processos de reeducação ou recondicionamento da capacidade psicomotora de indivíduos que sofreram algum tipo de lesão cerebral ou foram acometidos por patologias degenerativas do sistema neurológico e locomotor, como paralisia cerebral, Mal de Parkinson, de Alzheimer, entre outras, diversas atribuições fisiológicas e anatômicas são estimuladas simultaneamente durante o desenvolvimento do cavalgar, propiciando o fortalecimento do tônus muscular, da coordenação motora, das percepções temporais e espaciais, da sensibilidade, bem como no aprimoramento de elementos não necessariamente tangíveis, porém de extrema importância para reestruturar os aspectos subjetivos necessários para a auto-afirmação e conduta psicológica dos alunos dessa modalidade.

Na Equoterapia, faz-se necessária a participação do corpo como um todo, contribuindo para o desenvolvimento do tônus e da força muscular, relaxamento, conscientização corporal, equilíbrio, aperfeiçoamento da coordenação motora, orientação espacial e temporal, melhora a atenção, raciocínio, memória, percepção visual, auditiva e tátil, auto-estima e autoconfiança, bem como a interação do praticante (paciente) com o meio ambiente, favorecendo e estimulando a socialização. Todos estes aspectos justificam que a Equoterapia é um programa de reabilitação motora importante para os portadores de lesão medular, atuando em suas novas condições físicas e psicológicas.

Os benefícios que o cavalo proporciona ao ser humano são ressaltados desde o tempo de Hipócrates que destacou a ação da equitação como elemento regenerador da saúde. O cavalo é o elemento terapêutico que proporciona ganho diferenciado para o praticante, pela afetividade, pelo movimento tridimensional, pelo contexto do ambiente e pela interdisciplinaridade. Neste método, ele entra como um agente facilitador, proporcionando aos praticantes ganhos físicos e psicológicos, exigindo um trabalho muscular intenso.

Durante a sessão, o praticante recebe várias informações proprioceptivas que provém das articulações, músculos, tendões, com abordagens diversas das terapias convencionais (SOUZA, 2009, p. 13).

Sobre este aspecto de estruturação psicológica aferida pela prática da equitação terapêutica, seus benefícios induzem semelhante respaldo quando aplicados nos processos educacionais emitidos sobre indivíduos que possuam algum tipo de dificuldade que torne complicada a sua capacidade de comunicação, socialização e desenvolvimento lingüístico e humano, especialmente sobre os portadores de autismo, síndrome de Down, síndrome do pânico, esquizofrenias, epilepsias, até mesmo vícios, traumas psicossomáticos, fobias, dentre outros distúrbios psiquiátricos e psicológicos.

Neste aspecto, a participação nessa modalidade se manifesta principalmente pela natureza de vínculo emotivo entre o praticante e o animal, onde, para a compreensão dos especialistas, ocorre uma correlação existencial que lhes desperta abstrações como confiança, segurança, afeto, carinho, disciplina, respeito e, principalmente amor refletidos pela vivência e experiência junto aos animais e a natureza, para com as demais pessoas (o que consolida a capacidade sócio-educadora da equoterapia) e especialmente correlação à valorização de sentimentos para consigo próprio.

A Equoterapia é uma alternativa de tratamento não medicamentoso em que se trabalham várias formas de desenvolvimento da criança Down, de forma lúdica, juntamente com o cavalo e em seu próprio ambiente natural. Resultados acerca do repertório comportamental, da motivação para a linguagem e para a marcha, da atenção e concentração, do equilíbrio, das atitudes independentes, da lateralidade, da noção espacial, da auto-estima etc. serão avaliados posteriormente com a apresentação do estudo sobre duas crianças Down (CAMPOS et al, 2007, p. 13).

Para destacar as particularidades expostas pela natureza das variantes clínicas, principalmente educacionais evidenciadas pelo destacado objeto de estudo, serão averiguados durante a argumentação.

Como citado anteriormente, a equoterapia se desdobra tecnicamente em duas vertentes básicas de aplicação: uma situada de forma direta no contexto medicinal, propriamente instituído pela compreensão semântica do termo que a define, enquanto a outra instrumentalidade incorre sob sua eficiência em estipular e difundir valores de condicionamento psicológico e sócio-educacionais.

A multidisciplinaridade entre estes referidos segmentos capacita uma abordagem equivalente para ambos, tornado-as irremediavelmente atreladas por concepções e valores metodológicos que lhe inserem desempenhos atingíveis. Por exemplo, quando implementada a prática da equoterapia diante do tratamento de crianças e adolescentes com seqüelas de paralisia cerebral, além do devido e primário paradigma de recondicionamento físico, atuam ao mesmo tempo mecanismos subjetivos ou relacionados com aspectos neurológicos e psicopedagógicos, como comunicação, sociabilidade, expressão comportamental e lingüística.

Considera-se então que a intervenção deste estudo reduziu a dificuldade que as crianças com paralisia cerebral apresentam de guardar novas informações, incapacidade esta, associada às suas dificuldades de executar tarefas motoras como sentar, deitar e rolar, ou seja, existem várias evidências que se podem sustentar que além doas fatores da estruturação miogênica da performance motora da criança a equoterapia, por outro lado, a intervenção desenvolvida neste estudo também promoveu uma série de potenciais dos mecanismos neurais abertos à estimulação, mecanismos que podem marcar uma grande diferença na capacidade da criança com paralisia cerebral para superar as várias limitações que naturalmente o organismo lhe impõe (NASCIMENTO et al., 2010, p. 56).

Mesmo que ainda seja necessário o desenvolvimento de um maior e mais aprofundado número de pesquisas científicas que correlacionem diretamente a efetividade do tratamento de pacientes sob os mais diversos quadros clínicos após o emprego da equitação terapêutica (sendo este o passo definitivo para que a prática adquira maior respaldo e abrangência diante do contexto acadêmico e coletivo, uma vez que não são todas as instituições científicas que reconhecem a importância dessa modalidade como prática eficazmente satisfatória para a recuperação de indivíduos acometidos doenças degenerativas, principalmente do sistema neuro- psicomotor), os resultados obtidos pelas iniciativas cientificas já estabelecidas ou em andamento são taxativos em reconhecer um avançado quadro de recuperação clínica proporcionado pela operacionalidade e eficácia terapêutica advindas desse tratamento.

Ilustração 2- Representação ilustrativa sobre as semelhanças existentes entre homem e cavalo, reconhecidas em alguns estudos como um dos respaldos fundamentais para com que o praticante da equoterapia consiga adquirir rápidos e concretos benefícios durante a evolução das atividades, tal como se ambos se correspondessem a um todo único e harmônico. (NEVES et al, 2006).

A efetividade da equoterapia concernente à psiquiatria se manifesta principalmente no auto-desenvolvimento, com que os seus praticantes passam a corresponder em iniciativas de controle daquilo que outrora se demonstrava incapaz ou insuficientemente capacitado para exercer, além dos aspectos e elementos mais direcionadas à questão locomocional.

Inclusive, os delineamentos psiquiátricos invariavelmente decorrem em correlações junto à essência psicológica evidenciada pelos praticantes da equoterapia. Sobre esta caracterização, ainda que não decorra em relações diretas à materialidade de patologias e distúrbios que dificultam a integridade física dos pacientes, os aspectos psicológicos impulsionam significativamente a evolução dos demais desdobramentos clínicos, alicerçando-se especificamente sobre fatores de aprendizado, sociabilidade, emoções, sentimentos, entre outros elementos dotados de uma adensada abstração, mas com grande repercussão no contexto comportamental dos praticantes da equoterapia, por se reverterem na consolidação de comportamentos pertinentes à socialização.

Para os praticantes a possibilidade de trabalhar com os cavalos os faz sentir úteis e mais responsáveis contribuindo assim para sua inserção na sociedade. Isto o integra socialmente e o faz reconhecer-se como indivíduo. Desta forma, a Psicologia Social Comunitária tem o seu papel de ampliar esta consciência com o auxílio da Equoterapia que é um espaço facilitador de relações sociais e interpessoais igualitárias (ZAMO, 2002, p. 04).

Os benefícios adquiridos com a psicologia remetem necessariamente a uma complementação do desempenho atingido por outros métodos e iniciativas estabelecidos pela equoterapia.

O que caracteriza a participação do psicólogo na equoterapia, como em outros processos terapêuticos conduzidos por equipes multiprofissionais, é exatamente a sua atuação focada nos transtornos mentais ou emocionais representados por distúrbios de comportamento do praticante, resultantes ou não das lesões físicas por ele eventualmente apresentadas. Portanto, uma atuação de natureza psicoterapêutica. Esta é a sua área prioritária de atuação, até por imposição profissional e ética. Evidentemente, não se esgotam aí seu papel e suas responsabilidades. Mas daquela não pode fugir o psicólogo. Nem esta atribuição do psicólogo pode ser negada ou negligenciada pelos demais membros da equipe. Desnecessário, por óbvio, reconhecer que o mesmo dar-se-á com cada um dos profissionais participantes da equipe, cada um com seu enfoque, responsabilidades e papéis peculiares (RIBEIRO, 2002, p. 04).

 

4 metodologia

Trata-se de um estudo descritivo, com caráter qualitativo, que têm como proposta principal, reconhecer na Equoterapia, como uma das mais condizentes, viáveis e eficientes propostas a serem empregadas nos processo de recuperação e reeducação de pessoas acometidas pelas mais diferenciadas necessidades específicas, psicológicas, comportamentais e sociais.

A pesquisa foi realizada no período de janeiro a outubro de 2010, obedecendo a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, quando se trata de pesquisas em seres humanos.No aprofundamento desta compreensão, foram utilizados os valores teóricos advindos de diversos artigos que abordam os desdobramentos do destacado objeto de estudo, principalmente com relação à vertente medicinal, que apóiam o desenvolvimento educacional e a inclusão social, destacando as ramificações de diversas aplicabilidades e atribuições terapêuticas, como seu emprego diante do tratamento de enfermidades, problemas de adaptação, distúrbios degenerativos ou reabilitação contra consolidações traumáticas das mais diversas naturezas e intensidades.

 

4 Uma experiência promissora

Este tópico se dedica diretamente à observação de como a temática da equitação terapêutica vem sendo desenvolvida e interpretada por parte da sociedade ludovicense sobre os benefícios por ela proporcionados, especialmente com relação aos sujeitos da educação especial e seus familiares devidamente assistidos pela atividade.

Ainda que em São Luís existam instituições que ofereçam a prática da equoterapia (haras particulares, que oferecem a equitação, desde que os beneficiados paguem mensalidades nem sempre encaixáveis em qualquer orçamento, em especial de pessoas com menor poder aquisitivo e que necessitam dessa modalidade), a presente reflexão se concentrou na observação das relações possibilitadas pelo Núcleo de Equoterapia da Polícia Militar do Maranhão.

O Núcleo de Equitação da Polícia Militar do Maranhão serviu de palco para averiguação científica que fundamenta esta corrente análise. Localizado no Quartel General da PM do estado, especificamente no Círculo da Polícia Militar, no bairro Calhau, trata-se de um segmento institucional sustentado e operacionalizado por recursos e profissionais da esfera estadual, aberto à disposição do público que realmente necessita principalmente da modalidade de equitação terapêutica para a melhoria da qualidade de vida de crianças, jovens e adultos sujeitos da educação especial.

É comum que voluntários atuem em conjunto com os militares com o propósito de implementar os serviços oferecidos à comunidade, que, apesar da gratuidade de matrícula e mensalidades (sendo da obrigação dos responsáveis somente a compra de materiais usados para a equitação, como anteriormente destacado), oferecem atividades de qualidade e pautadas sob orientação de profissionais das mais diversas áreas do conhecimento humano, principalmente médicos, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, educadores físicos, pedagogos, professores, instrutores, dentre outros profissionais.

Conforme estabelecido pela ANDE-Brasil, para que a equoterapia adquira maior desempenho, sua prática necessita ser disponibilizada sob 4 etapas principais: a primeira, denominada fase de hipoterapia e de aproximação, onde os primeiros vínculos são formados, a segunda, definida como fase de educação e reeducação, corresponde à etapa onde são estabelecidas os estímulos de controle básico do cavaleiro sobre o animal, a terceira equivale à fase pré-esportiva, em que o controle do animal primordialmente adquirido na segunda fase é potencializado. A quarta fase é chamada de prática desportiva adaptada, onde o cavaleiro atinge um nível satisfatório para a operacionalização da prática de equitação, proporcionalmente adaptada.

Para a captação das informações necessárias para a construção da argumentação, decidiu-se realizar levantamento de dados através de questionários junto à família dos beneficiários, sendo posteriormente analisados, interpretados e ilustrados esquematicamente com base na exposição de gráficos. Foram entrevistados 50 familiares responsáveis pelo mesmo equivalente numérico de beneficiados pela prática de equoterapia da CEPPMA.

Trata-se de uma amostra quantitativa eficaz para a aferição de um universo mais amplo (mais de 100 pessoas atendidas pelo núcleo equoterápico da Polícia Militar do Maranhão), número satisfatório de entrevistados para a realização argumentativa, que possa representar emblematicamente a totalidade de pessoas atendidas pela instituição.

O questionário consta de cinco indagações, referentes à condição socioeconômica, atividade ocupacional e, principalmente, sobre os resultados absorvidos durante a equoterapia no que diz respeito aos mecanismos de reabilitação e reeducação de seus praticantes. Por motivos éticos, decidiu-se não apresentar aqui informações que demonstrem identidade dos entrevistados e dos praticantes que estes representam.

As primeiras questões incorrem necessariamente sobre os aspectos socioeconômicos emitidos pelos familiares das pessoas atendidas pelo programa de equoterapia da CEPPMA, tais como renda média mensal, formação educacional e atividade profissional, elementos necessários para a caracterização do perfil familiar dos praticantes.

Atenta-se que a maior parte dos entrevistados afere características sociais e financeiras menos abastadas, e certamente se tornaria oneroso e inviável separar parte do seu orçamento para o tratamento de seus filhos, parentes ou demais pessoas que estejam responsabilizadas e que sejam beneficiadas pelo CEPPMMA.

A iniciativa pública em muitos casos proporciona auxiliar na oferta de serviços com quase ou integral gratuidade, contando com a ajuda de profissionais habilitados para exercer tais ações e, principalmente, pela consciência e observação que os resultados proporcionados pelas atividades sejam os melhores possíveis.

Tal constatação afere a dificuldade e necessidade com que muitos indivíduos assistidos pelo CEPPMA demonstram, reconhecendo que, sem os recursos disponibilizados pela instituição, certamente teriam dificuldades em receber semelhantes benefícios em outros locais[2]. Outro questionamento se fez especificamente sobre aqueles que já fizeram emprego de outros procedimentos terapêuticos, auscultando sobre sua natureza e sobre uma comparação destes com relação à equoterapia.

Gráfico 1- Distribuição da amostra sobre outras terapias reabilitativas e reeducativas utilizadas. São Luís-MA, 2010.

Esta indagação foi aferida somente aos 14 entrevistados que afirmaram ter recorrido a outras terapias.

Estes familiares e responsáveis, entretanto, afirmaram que a equoterapia não as substituiu, sendo praticadas em conjunto para potencializarem o desempenho mútuo de ambas, como destacado pelos profissionais que as assistem. Somente em dois casos a equoterapia foi apresentada como única alternativa terapêutica em prática, por conta de inviabilidades técnicas que as demais terapias incorriam sobre os praticantes.

Aos que conseguiram consorciar os benefícios da equoterapia aos assimilados por demais atividades, os resultados foram bastante enfáticos, reconhecendo que a associação de uma ou mais práticas à equoterapia aferiram atribuições mais rápidas e efetivas quando realizadas individualmente.

Quando questionados sobre a principal complicação clínica ou comportamental que os induziu a buscar a assistência do Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Maranhão, a maior parte dos entrevistados apontou problemas relacionados a transtornos incorporados à capacidade neurológica e psicomotora dos praticantes, desde aqueles que a adquiriram durante a vida (em casos de lesões cerebrais resultantes em tetraplegias e paraplegias, comumente associadas a acidentes vasculares cerebrais ou aqueles de natureza resultante de choques mecânicos sobre a coluna cerebral, causando transtornos de controle cerebral sobre os subsistemas periféricos neurologicamente comandados), ou congênitos (desde o nascimento da pessoa).

Distúrbios de aprendizagem e condicionamento neurológico, como deficiência intelectual, autismo, esquizofrenia e reflexos estabelecidos por síndromes que agem negativamente sobre a estrutura psiquiátrica dos sujeitos, como a síndrome de Down, foram os transtornos que se seguiram como os de segunda maior representação dentre os cinqüenta entrevistados.

Em terceiro lugar, quanto à prevalência de problemas, está situada a manifestação de problemas de natureza psicológica, principalmente os relacionados ao ordenamento estrutural de aprendizado e desenvolvimento social e cognitivo dos praticantes. A quarta parcela mais recorrente induz a representação de outros transtornos, fisiológicos ou comportamentais, que apresentaram distribuições menores.

Gráfico 2- Distribuição percentual dos principais problemas identificados entre os praticantes de equoterapia da CEPPMA. São Luís-MA, 2010.

Em todos os casos, todavia, os respaldos ensejados e plenamente adquiridos pelas práticas desempenhadas insurgem basicamente sobre a necessidade de manifestar melhoria na qualidade de vida pelos usuários do programa de equitação terapêutica.

Para os familiares e responsáveis, o estado com que os praticantes se encontravam, antes de serem devidamente beneficiados pelas atividades do Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Maranhão lhes aferia uma condição clínica completamente distinta: os acometidos por paralisia cerebral, por exemplo (segundo relatos colhidos informalmente durante a aplicação do questionário), permaneciam quase que sem mobilidade alguma, sem resistência corpórea e ociosos, destituídos de coordenação motora ou capacidade em se expressar linguisticamente, andar, segurar objetos, controlar impulsos fisiológicos (incontinência urinária e salivação impulsiva, por exemplo, uma vez que a função neurológica sobre os tecidos responsáveis por estas atividades orgânicas pouco instigava à recepção e resposta de estímulos que pudesse induzir ao controle de processos como estes ou similares), dentre outras atribuições corpóreas, que foram sendo gradativamente desenvolvidas ao passo que a evolução da equoterapia avançava.

Os relatos apresentados por pessoas que sofreram com as disfunções fisiológicas e psicomotoras impostas por lesões cerebrais indicaram que os mesmos, quando submetidos à equitação terapêutica, recuperaram uma parte significativa da sensibilidade dos membros outrora destituídos de qualquer percepção táctil ou de resposta aos ordenamentos cerebrais.

Ainda que estes avanços não correspondam a uma resposta definitiva sobre a reconstrução do controle sobre os movimentos perdidos, a prática equoterapêutica é encarada por todos os envolvidos como uma resposta satisfatória e emblemática para com que maiores progressos sejam conquistados.

Entretanto, o respaldo mais recorrente e apontado pelos responsáveis dos praticantes de equoterapia do CEPPMA se concretiza na observação sobre elementos representativos de maior sociabilidade e capacidade cognitiva, características materializadas sob os tipos de enfermidade ou distúrbio enfrentados pela instituição.

Por exemplo, nos sujeitos que possuem deficiências neurológicas e psiquiátricas (síndromes de Down, autismo, paralisia cerebral, retardo mental, esquizofrenias, epilepsias, etc.), se antes da equoterapia estes se apresentavam comportamentalmente recolhidos, com surtos de agressividade, avessos a sentimentos, tácitos e com irrisória capacidade de aprendizado, hoje se encontram mais capacitados ao desenvolvimento intelectual, com maior capacidade de expressão, mais calmos e sociáveis.

Crianças e jovens com integridade neurológica e psicomotora normais, porém acometidos de transtornos psicológicos, obtiveram resultados importantes quanto à capacidade de desenvolvimento cognitivo, excetuando a manifestação de déficits de atenção, hiperatividade, violência e transtornos de obsessão compulsiva, tornaram-se mais comunicativos, participativos em seus estudos e com maior sociabilidade.

Até mesmo caracterizações pertinentes à estruturação emotiva se apresentaram com maior relevância, como apontado pelos familiares que identificaram vínculos sentimentais mais fortalecidos entre eles, amigos e, principalmente com os cavalos que foram disponibilizados pela prática equoterapêutica.

A maior parte das pessoas entrevistadas indicou que a disposição dos benefícios oferecidos pela equoterapia demonstrou ser efetivamente decisiva para a reabilitação e reeducação dos praticantes. Os 3% são pessoas que adentraram recentemente no programa de equoterapia oferecido pela CEPPMA, mas que, influenciadas pela percepção e relatos de benefícios apresentados pelos praticantes e familiares com mais tempo de atuação, atestaram estar esperançosos com que brevemente sejam beneficiados pelo desempenho da práxis terapêutica disponibilizada pela modalidade de equitação.

De toda forma, como constatado por todos os entrevistados, representantes do universo amostral de pessoas atendidas pela iniciativa do Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Maranhão, a importância da prática destacada, mesmo que não necessariamente venha a condicionar o pleno desenvolvimento físico, psiquiátrico, psicológico e social dos seus praticantes, a mesma iniciativa induz a transformações de grande significância e imprescindibilidade, qualificando os  seus beneficiários a adquirirem melhores propriedades que os imprimam qualidade de vida e cidadania.

Mesmo da grande demanda de pessoas deficientes e da importância com que o CEPPMA afere para construção e difusão de valores e técnicas vitais para o desenvolvimento social e humano dos praticantes, há ainda de serem implementadas diversas considerações que tornem a sua presença institucional mais relevante e corporativa, idônea em atender o maior número de pessoas possível, principalmente as que apresentam as condições socioeconômicas mais frágeis, reconhecendo talvez, na figura de serviços como este, a única alternativa de aferirem uma esperança de vida melhor para seus necessitados.

Com base na experiência obtida nessa pesquisa, o presente estudo busca desenvolver uma proposta educacional voltada aos alunos da Biologia, destinada ao melhor aproveitamento das atividades direcionadas aos sujeitos de educação especial, visto que, no CEPMMA, onde é um local propício para o desenvolvimento dessas atividades, além da experiência e o suporte de profissionais capacitados. O local apresenta um contato direto com a natureza viabilizando o ensino da Biologia, um ambiente lacustre, criação de animais(cavalos, cachorros, peixes).

Essa parte foi estruturada com a finalidade de analisar o panorama sobre inclusão de alunos portadores de necessidades especiais em aulas de ciências e biologia, procurando identificar as dificuldades e viabilidades deste ensino. Segundo o modelo médico “a pessoa deficiente é que precisa ser curada, tratada, reabilitada, habilitada, etc. a fim de ser adequada à sociedade como ela é, sem maiores modificações” (SASSAKI, 1997).  De acordo com este modelo, a questão centrava-se no deficiente. Em contra partida, para o modelo social de deficiência, a sociedade tem que se adequar às condições de todas as pessoas (com ou sem deficiências).

De acordo com Mantoan (2005), “inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós”. Para ela, a educação inclusiva acolhe todas as pessoas sem exceções.

De acordo com Dutra (2003), “Inclusão postula uma reestruturação do sistema de ensino, com o objetivo de fazer com que a escola se torne aberta às diferenças e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe, gênero ou características pessoais. (p.46)”.

A Educação Especial tradicionalmente se configurou como um sistema paralelo e segregado de ensino, voltado para o atendimento especializado de indivíduos com deficiências, distúrbios graves de aprendizagem e/ou de comportamento, altas habilidades ou superdotação. Nas últimas décadas, em função de novas demandas e expectativas sociais, aliadas aos avanços das ciências e tecnologias, os profissionais da Educação Especial têm se voltado para a busca de novas formas de educação escolar com alternativas menos segregativas de absorção desses educandos pelo sistema de ensino (GLAT, 2007).

A Educação Inclusiva significa um novo modelo de escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem.

Um dos aspectos que merece destaque, sendo uma das principais barreiras para a transformação da política da Educação Inclusiva em práticas pedagógicas efetivas, é a precariedade da formação dos professores e demais agentes educacionais para lidar com alunos com significativos problemas cognitivos, psicomotores, emocionais e/ou sensoriais, na complexidade de uma turma regular de ensino.

A Educação Inclusiva orienta atualmente a política educacional oficial do Brasil, amparada pela legislação vigente e convertida em diretrizes para a Educação Básica dos sistemas federais, estaduais e municipais de ensino, conforme a Resolução CNE/CBE Nº 2 de 2001, “Art 2º: Os sistemas de ensino devem matricular a todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando às condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (BRASIL, 2001).”

Por isso é necessário ampliar a reflexão e as práticas de Inclusão. Segundo Kassar (1995), após o Encontro de Salamanca, ocorrido na Espanha em junho de 1994, onde foi reafirmado o direito à educação de cada indivíduo, conforme a Declaração dos Direitos Humanos, e proposta a adoção de linhas de ação em educação especial, muito já foi feito, mas é necessário fazer ainda mais. Considerando o ponto da acessibilidade visto anteriormente, Stainback (1999) afirma que as salas de aula inclusivas partem de uma filosofia segundo a qual todas as crianças podem aprender e fazer parte da vida escolar e comunitária. A diversidade é valorizada, acredita-se que tal diversidade fortaleça a turma e ofereça a todos os seus membros maiores oportunidades para a aprendizagem.

Sendo assim, a inclusão significa a modificação da sociedade como pré-requisito para as pessoas com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer sua cidadania. Então, é preciso preparar a escola para incluir nela o aluno com deficiência, e não o contrário.

Educar crianças em locais segregados significa negar-lhes o acesso a formas ricas e estimulantes de socialização e aprendizagem que somente acontecem na sala de aula regular devido à diversidade presente neste ambiente.

Evidentemente é apresentado um quadro geral no Brasil da dificuldade de acesso de pessoas portadoras de necessidades especiaisQuando estaschegam às escolas encontram um quadro construído e constituído para alunos sem deficiências. Por isto, frequentemente os alunos com deficiênciasacabam abandonando a escola. O que torna esta situação cada vez mais grave é a justificativaapresentada pela escola para a não inclusão, informando não estar preparada para receber estes alunos, configurando explicitamente uma exclusão. (GLAT, 2007).

Diante do exposto, enfatizamos que o pré-requisito para a inclusão educacional de alunos com necessidades educacionais especiais é a constituição de espaços escolares acessíveis a todos que lhes permitam circular livremente e participar, utilizando o CEPMMA como centro de apoio ao desenvolvimento das atividades práticas acadêmicas ou não acadêmicas da Biologia (GLAT, 2007). Ressalta-se também a importância das adaptações e criação de recursos materiais e estratégias de ensino que garantam as condições necessárias de acesso ao currículo para estes alunos, visando sua autonomia e desenvolvimento acadêmico, psicológico e social.

O ambiente escolar é tradicionalmente caracterizado por excluir os diferentes, aqueles que não se encaixam nos padrões rígidos de “aluno ideal” para quem são feitos os programas e planos de ensino. Consequentemente, o que se observa é a grande exclusão de alunos que possuem algum distúrbio funcional (orgânico) de aprendizagem.

Para Sassaki (1999) a inclusão norteia-se por valores éticos como: a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência nadiversidade humana, a aprendizagem através da cooperação. Este comentário é pertinente à medida que olha para o aluno com deficiência com o mesmo olhar que olha o aluno sem deficiência.

5 Conclusão

Como demonstrado no decorrer da corrente argumentação, constata-se a importância da equitação terapêutica, tanto pelo que foi exposto na fundamentação teórica quanto na constatação prática evidenciada no Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Maranhão, como uma das alternativas mais viáveis e eficientes no que diz respeito à construção de elementos e técnicas plausivelmente reversíveis nos processos de recuperação e estímulo à aprendizagem de crianças, jovens e adultos com necessidades especiais.

Seus estímulos proporcionados quanto ao recondicionamento sensorial, perceptivo, psicomotor, neurológico e fisiológico-anatômico, tal como os concernentes sobre o equilíbrio comportamental e psicológico dos seus beneficiados são indubitavelmente satisfatórios, vindo a reconhecer grandes resultados ora em associação a demais alternativas terapêuticas, ou mesmo quando sua aplicabilidade se reitera de forma individual.

Desde a questão sinergética definida pelos movimentos periódicos, firmes e tridimensionais estabelecidos pelos passos, trotes e corridas proporcionadas pelo cavalo e suas repercussões diretas, até o tratamento emocional e afetivo instituído pelas relações estabelecidas entre homem e cavalo, magnitude e a riqueza de valores funcionais e simbólicos construídos pela equoterapia a consolidam como uma das propostas mais efusivas e materializáveis no que faz referência à evolução do desenvolvimento existencial, pautadas em fundamentos que reconstroem a dependência mútua entre a humanidade e a questão ambiental, equivalendo-se como uma volta do homem à natureza, assimilando do sentimento para com o animal o necessário para a sua vivência e direito à vida e a valorização da natureza.

A expectativa que se enseja concretizar no campo real é de que iniciativas como as ilustradas pela equoterapia sejam devidamente pesquisadas, fundamentadas e posteriormente inseridas à praticidade e emprego funcional direcionado à resolução das necessidades evidenciadas por diversas pessoas, acometidas das mais diferenciadas patologias e distúrbios.

A sua importância é reconhecida      quando são aplicados procedimentos terapêuticos voltados a pessoas que não possuem condições socioeconômicas abastadas e suficientes para com que realizem outras práticas e tratamentos mais onerosos através dos destacados benefícios sustentados na forma da terapêutica e axiologia educacional (valorização dos mecanismos de desenvolvimento do aprendizado, principalmente de pessoas com deficiências e que não puderam passar pelos processos convencionais de educação), fomentar ações e valores que lhes induza necessariamente a constatação dos direitos e deveres estabelecidos entre sociedade e Estado, no que tange à obrigatoriedade em que seja exercida a posição do indivíduo como cidadão: elemento este lhe possibilita acesso à saúde, educação, cultura, acessibilidade, dentre outros direitos necessários e que devem ser garantidos para que qualquer pessoa obtenha uma qualidade de vida satisfatória.

Em outras palavras, propõe-se aqui uma posição crítica que exige com que o Estado, estrutura maior de aferição da validade daquilo que se remete compreender como cidadania, venha a exercer sua obrigatoriedade em disponibilizar, de forma mais contínua e atuante, recursos e atividades que auxiliem no desenvolvimento humano de pessoas com deficiência e que necessitam de auxílio para obter maior qualidade de vida. Louvam-se as iniciativas oferecidas por algumas instituições privadas, que até mesmo diminuem os valores repassados ao pacientes para que usufruam de suas atividades.

Esta problemática é recorrente também junto à contextualidade ludovicense, como observado no Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Maranhão. Apesar da disposição de recursos públicos para o sustento da iniciativa, da estrutura e do amplo espaço necessários para a prática bem sucedida e para a acomodação dos cavalos, dos objetos empregados para a mobilidade hípica, tal como da oferta da função profissional proporcionada por policiais e voluntários de diversas áreas do conhecimento humano, ainda não há uma dimensão propícia para o acolhimento de mais pessoas, nem mesmo o suficiente para o desdobramento de movimentos avançados da prática de reabilitação, como o quarto nível estabelecido pela Associação Nacional de Equoterapia, chamado de fase esportiva adaptada, que exigem profissionais e recursos materiais mais específicos e sofisticados.

Por esta razão se reitera a um papel melhor desempenhado pelo governo público, em todas as suas esferas de atuação, para que veja melhor a realidade da equoterapia não apenas em São Luís, mas no Maranhão como um todo.

Propõe-se que sejam estabelecidas parcerias como instituições privadas e filantrópicas que já lidem com a equoterapia, injetando e lhe administrando os recursos necessários para o aperfeiçoamento das dimensões estruturais e das relações dinâmicas, tal como para o desenvolvimento técnico de profissionais para a instrução dos procedimentos equoterapêuticos.

Quanto ao Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Maranhão, propõe-se a materialização de transformações em suas dimensões, tal como a contratação de profissionais ou mesmo a formulação de incentivos junto a este público, de modo que sejam atraídos mais voluntários para a assistência dos praticantes. São sugestões simples e plausíveis, bastando apenas que sejam revertidos o bom senso e a boa vontade para com que a instituição CEPPMA acolha mais pessoas, principalmente aquelas mais necessitadas.

Fica a deixa para que instituições de assistência à crianças, jovens e adultos com necessidades específicas, instituições acadêmicas – como os cursos de Biologia, Educação Física, Fisioterapia, Enfermagem, Medicina, entre outros – e órgãos públicos reconheçam a importância do Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Maranhão, permitindo a organização estrutural e oferta de serviços que atendam a este público.

Agrega-se à importância da equoterapia, de forma idônea e tão importante quanto as suas demais atribuições, o seu papel de estímulo à conscientização ambiental e de exigência ao respeito que a humanidade precisa empregar sobre a valorização de outras formas de vida, especialmente, por se manifestar a evidência de uma mutualidade entre o homem e os animais, por exemplo.

A observação do amor, carinho, respeito e aprendizado de uma criança com necessidades específicas junto ao cavalo que lhe ofereceu condições de desenvolvimento para uma vida mais digna se faz como uma das mais emblemáticas representações do quão valioso é o universo de possibilidades que o homem pode assimilar junto ao convívio com a natureza.

Diante do vasto universo de potencialidades e materializações plausíveis e alcançáveis, reitera-se como o propósito fundamental para a construção e desenvolvimento da corrente iniciativa científica o enaltecimento da importância em se compreender como a questão da equitação vem sendo conduzida na contextualidade ludovicense, destacando as conquistas, buscando identificar e corrigir as dificuldades e, sobretudo, auxiliando a construir e divulgar esta prática para toda a sociedade, de forma a atingir principalmente as pessoas mais necessitadas que, talvez, possam encontrar na modalidade terapêutica e inclusiva da equitação, uma das raras oportunidades em se desvencilhar das dificuldades impostas pela vida, alcançado melhores condições para continuá-la. Assim, utilizando o cavalo como instrumento facilitador de aprendizagem.

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1Gestora Educacional da Exata Consultoria.
2Enfermeira, Especialista em Saúde Mental, Docente do Curso de Graduação em Enfermagem UNICEUMA.
3Graduando do Curso de Enfermagem UNICEUMA.
4Docente do curso de Engenharia da Faculdade Pitágoras.


[1]Termo estabelecido pela ANDE, Associação Nacional de Equoterapia; terminologicamente similar à hipoterapia ou equoterapia; praticas que associam devidamente a equitação junto a propostas terapêuticas e de cidadania.

[2]No Maranhão, tal como estabelecido por toda a realidade brasileira, a assistência governamental sobre serviços médicos e terapêuticos apresenta um estado crítico, não beneficiando aqueles que não contam com planos de saúde e necessitam vitalmente da dinâmica estatal sobre a saúde pública. A saída advém de iniciativas filantrópicas e isoladas, oferecidas por instituições como a APAE, a rede SARAH, o próprio CEPPMA. Todavia, a estrutura destas instituições não consegue atender a todos os necessitados; restando a estes esperarem quase que inutilmente por alguma vaga disponível.


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