Incapacidade para o Trabalho entre Policiais Militares: Proposta de Modelo Integrativo entre a Engenharia de Segurança no Trabalho e a Reabilitação Profissional

Romário Teixeira Braga Filho1

Resumo

Os Policiais Militares constituem categoria profissional das mais acometidas por estresse, em grande parte resultante dos riscos da atividade, da rigidez da hierarquia e disciplina, das relações conflituosas com o Sistema Judiciário, e segmentos da opinião pública (SOUZA et al, 2012). O estresse gera sofrimento psíquico e níveis variados de adoecimento. Policiais Militares apresentam elevada prevalência de fatores de risco cardiovascular – como obesidade, hipertensão arterial, síndrome metabólica, sedentarismo (BRAGA FILHO & D’OLIVEIRA JÚNIOR, 2014). Policiais Militares também são vítimas em ocorrências violentas, que associadas aos eventos cardiovasculares, são as maiores causas de óbitos nesse segmento (SOUZA & MINAYO, 2005). Na Polícia Militar da Bahia, levantamento de dados revelou, entre os diagnósticos identificados, a seguinte freqüência em ordem decrescente, de causas de incapacidade para o trabalho: 1.Causas ortopédicas; 2.Causas externas; 3.Doenças mentais; 4.Doenças cardiovasculares; 5.Doenças do sistema nervoso. Tal distribuição está provavelmente relacionada às condições adversas de trabalho, geradoras de estresse ocupacional, adoecimento e eventos de vitimização profissional, acidentes, doenças traumáticas, ortopédicas, psíquicas e cardiovasculares. O presente estudo adotou a metodologia de revisão teórico-conceitual; o objetivo é a apresentação e compartilhamento de um modelo integrativo que associe os princípios da Engenharia e Segurança no Trabalho com as diretrizes da Reabilitação Profissional da Medicina do Trabalho, na forma de um Projeto de Intervenção. Como resultado desse modelo propõe-se: a) a Criação do Centro de Reabilitação Profissional e Segurança no Trabalho, dentro da Estrutura de Saúde da Corporação; b) Formação de Engenheiros e Técnicos em Segurança no Trabalho (com a responsabilidade do mapeamento, prevenção e tratamento dos riscos ambientais, ergonômicos, ocupacionais); c) Formação de Médicos do Trabalho, que junto com Equipe Multiprofissional, deverão promover os processos de reabilitação/readaptação profissional dos servidores vítimas de acidentes e doenças, relacionados ou não ao trabalho; d) Criação das CIPA’s – Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – para atuação em todas as Unidades Operacionais, Administrativas e de Ensino.

Palavras-chave:Incapacidade para o trabalho; Policiais Militares; Engenharia de Segurança no Trabalho; Reabilitação Profissional.

Referências
Braga Filho R.T. & Junior A.D. (2014). Metabolic Syndrome and Military Policemen's Quality of Life: An Interdisciplinary Comprehensive Approach. Am..J..Mens..Health, 2014.
Souza E.R., Minayo M.C., Silva J.G., Pires T.O. [Factors associated with psychological distress amon military police in Rio de Janeiro, Brazil]. Cad Saude Publica, 2012 Jul:.28(7):1297-311.
Souza E.R., Minayo M.C.S. Policial, risco como profissão: morbimortalidade vinculada ao trabalho. Ciênc Saúde Coletiva, 2005; 10:917-28.

[1]Professor Associado I do Departamento de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia; doutor em Medicina e Saúde e mestre em Medicina Interna pela Universidade Federal da Bahia; tenente coronel PM médico.

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