Acessibilidade: Veja, Ouça e Sinta

Marta Silva Neves 1
Rafael Martins dos Santos 2


Resumo

No Brasil, cerca de 24% da população possui algum tipo de deficiência – visual, auditiva, motora, intelectual, mobilidade reduzida, entre outras. A acessibilidade enfatiza um direito de que todas as pessoas tenham a possibilidade de usufruir de recursos e ações no âmbito social e ambiental. Este relato trata de ação educativa por meio de exibição de filmes nacionais com recursos de acessibilidade e tecnologias assistivas, com o objetivo de sensibilizar colaboradores do Banrisul e comunidades locais para a acessibilidade de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, promovendo a igualdade e democratização ao acesso a espaços e serviços. Caracteriza-se por trabalho de campo com a participação de mobilizadores de cada localidade. Como coleta de dados, foi utilizado registros de memórias de reuniões, inscrições e questionário via software Survey Monkey. Nos dados coletados foi aplicada análise de conteúdo para obtenção dos resultados. Para Leff (2011) o princípio de sustentabilidade surge no contexto da globalização como marca de um limite e um sinal que reorienta o processo civilizatório da humanidade. O aspecto da acessibilidade é uma importante questão humana relacionada ao ambiente construído e às atitudes e decisões, pois a revisão de padrões arquitetônicos e normas de comportamento, voltadas para a inclusão e condições de igualdade e direitos humanos faz parte da sustentabilidade. Borges (2014, p. 34) ressalta que uma sociedade sustentável é aquela que exercita a democracia, a participação e os direitos humanos, onde um dos pilares fundamentais é o acesso de todas as pessoas a todos os espaços de forma inclusiva. Os resultados apontados entre 2016 e 2017, demonstram dezoito localidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, envolvendo 3.036 pessoas, desses 305 empregados do Banrisul e 144 parceiros locais. Além dos dados quantitativos, identifica-se a aproximação e diálogo com os mobilizadores locais, a valorização das iniciativas, o engajamento dos colaboradores do Banrisul; o entendimento de espaço para cultura inclusiva e o compartilhamento de experiências. O relato demonstra a mobilização de conhecimentos e competências de forma conjunta, como um processo de construção de aprendizado das equipes, podendo ser generalizável ao considerar a diversidade de outros contextos.

Palavras-chave: Acessibilidade; Educação; Responsabilidade Social Empresarial

Introdução

No Brasil, cerca de 23,91% da população (BRASIL, 2010) possui algum tipo de deficiência, seja física, visual, auditiva ou intelectual. Para atender a essa parcela significante da população, em janeiro de 2016 foi aprovada a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), que norteia uma série de diretrizes que buscam diminuir a desigualdade nas relações de comércio, consumo, educação e trabalho, entre outros aspectos.
Esse trabalho trata de ação educativa por meio de exibição de filmes nacionais com recursos de acessibilidade e tecnologias assistivas, com o propósito de sensibilizar colaboradores do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e comunidades locais para a acessibilidade de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, promovendo a igualdade e democratização ao acesso a espaços e serviços. O Banrisul tem sua sede localizada em Porto Alegre, atuando no setor financeiro em 520 agências no Rio Grande do Sul e em mais alguns estados brasileiros, envolvendo 11 mil colaboradores.
O relato aqui apresentado, caracteriza-se por estudo de caso com a participação de mobilizadores de cada localidade. De 2016 até agosto de 2017, o público foi de 3.036 pessoas em vinte exibições no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A interação com o público por meio de experiência dialógica propiciou o aprimoramento a cada edição como uma transformação participativa e atenta à reflexão coletiva a respeito dos recursos de acessibilidade, considerando todos os tipos de deficiência e possíveis barreiras encontradas, sejam elas arquitetônicas, atitudinais ou comunicacionais.
No ano de 2015, em decorrência do Banrisul e Banrisul Consórcio ter patrocinado o Festival de Cinema Acessível, via Lei Rouanet, foi oportunizada a exibição do filme “O Tempo e o Vento” para colaboradores, familiares e convidados externos utilizando recursos de acessibilidade: audiodescrição, janela de libras e legendas explicativas. Foram utilizadas também práticas acessíveis no processo de divulgação digital do evento e na abordagem e condução das pessoas com deficiência.
A iniciativa contou com a parceria da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA e da Brigada de Incêndio para o mapeamento de rotas de acessibilidade e na preparação para recepção do público: melhor abordagem no acolhimento e acompanhamento. O evento contou com expressiva participação de público interno - colaboradores com deficiência, estudantes de Libras e interessados em conhecer os recursos de acessibilidade – e seus familiares com deficiência, bem como com representantes de associações que valorizaram a iniciativa do Banrisul e conheceram as tecnologias assistivas.
A coordenação da ação educativa foi desenvolvida por colaboradores com formação em educação e administração, atuando como facilitadores, sendo um deles pessoa com deficiência visual (baixa visão), integrando assim a percepção da pessoa com deficiência, praticando o lema “Nada para nós, sem nós”, em que há plena participação das próprias pessoas com deficiência em projetos relativos as mesmas. Para a realização do projeto, houve uma parceria comercial com a empresa Som da Luz, e parcerias institucionais com órgãos e entidades representativas estaduais – Comitê Estadual da Pessoa com Deficiência (COEPEDE), Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades do Rio Grande do Sul (FADERS), Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos (SDSTJDH) e Instituto Estadual de Cinema (IECINE) – além de articulações nas localidades onde ocorreram as exibições – Superintendências Regionais do Banrisul (SUREGs), Secretarias, Conselhos Municipais dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Universidades, entre outros. Entre as atribuições dos parceiros institucionais estão:
  • EMPRESA SOM DA LUZ - empresa detentora do Festival de Cinema Acessível, contratada para fornecer filmes com tecnologias assistivas e esclarecimento técnico ao público participante.
  • COPEDE - colaboração na divulgação e articulação local dos conselhos de pessoas com deficiência.
  • FADERS - colaboração na formação de formulários de inscrição e pesquisa, bem como na divulgação via site institucional.
  • SDSTJDH - contribuição no alinhamento com políticas públicas de inclusão e na divulgação da estratégia em nível estadual.
  • IECINE - ligado à Secretaria de Estado da Cultura, contribuindo com identificação de espaços de exibição fílmica nas localidades, bem como assessoria para realização dos eventos voltados ao perfil do público alvo.
Em 2016, considerando o êxito e interesse demonstrado pelo público na exibição ocorrida anteriormente, bem como a importância do conhecimento das tecnologias assistivas e da própria acessibilidade, foi proposto replicar a experiência percebida como uma ação educativa inclusiva, em cidades que contemplassem sedes das Superintendências Regionais do Banrisul no Rio Grande do Sul (Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santo ngelo, Pelotas e Uruguaiana), envolvendo a comunidade local.
Na edição de 2017, foi considerado no cronograma da ação educativa a inclusão das cidades que realizariam os Fóruns de Acessibilidade, promovidos pela - FADERS. Assim, um maior direcionamento para fortalecer práticas e políticas públicas voltadas à referida temática. Nesse período, as localidades envolvidas foram Mostardas, Rio Grande, Lajeado, Bento Gonçalves, Porto Alegre, Santana do Livramento, Erechim, Chapecó e Panambi.

Marco Teórico

A sociedade moderna passa por muitas transformações, as quais afetam diretamente nosso modo, de ver e agir no mundo. O conceito de “desenvolvimento sustentável”, elaborado na década de 80, combina o tripé: eficiência econômica, justiça social e prudência ecológica, tornando-se popular após o Relatório Brundtland (Our Commom Future), em 1987. Para Leff “O princípio de sustentabilidade surge no contexto da globalização como marca de um limite e um sinal que reorienta o processo civilizatório da humanidade” (2011, p. 15).
Para existir uma sociedade sustentável é necessária a sustentabilidade ambiental, social e política, sendo um processo e não um estágio final.
A sustentabilidade ambiental apresenta várias dimensões, na qual a acessibilidade é aquela que nos parece necessitar de maiores discussões teóricas.
Com o advento da Convenção das Organizações das Nações Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD), há uma guinada na direção dos direitos humanos e do reconhecimento destas pessoas como sujeitos de direitos a partir das ideias de protagonismo, acessibilidade e igualdade de oportunidades (BRASIL, 2007)
Como outro marco das principais conferências internacionais, reportamos a conferência realizada em julho de 2012, no Rio de Janeiro, denominada Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. A partir dessa conferência e consulta pública por mais de dois anos, a ONU aponta questões relevantes para o desenvolvimento sustentável com a Agenda Pós 2015 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS, chamado Transformando Nosso Mundo, (PNUD, 2015), que engloba todos os direitos humanos, entre eles: erradicação da pobreza, combate às desigualdades, preservação do planeta, criação do crescimento econômico inclusivo e sustentável e promoção da inclusão social. Os ODS são derivados dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, que não abordavam as pessoas com deficiência.
Em janeiro de 2016 entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que reafirmou a autonomia e a capacidade desses cidadãos para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com as demais pessoas.
É importante destacar ainda, que a acessibilidade é compreendida como a condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, dos sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. (BRASIL, 2004). Além disso, a acessibilidade, também, é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização, em igualdade de oportunidades, com segurança e autonomia, do meio físico, do transporte, da informação e da comunicação, inclusive dos sistemas e tecnologias de informação e comunicação.
Para Sassaki (2009), há 6 tipos de acessibilidade:
  • Arquitetônica - é a forma de acessibilidade sem barreiras ambientais físicas, nas residências, nos edifícios, nos espaços urbanos, nos equipamentos urbanos, nos meios de transporte individual ou coletivo.
  • Atitudinal – refere-se à acessibilidade sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações, em relação às pessoas em geral.
  • Comunicacional – é a acessibilidade que se dá sem barreiras na comunicação interpessoal (face a face, língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em Braille, uso do computador portátil) e virtual (acessibilidade digital).
  • Instrumental - sem barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de lazer e recreação (comunitária, turística, esportiva etc.).
  • Metodológica - sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de ação comunitária (social, cultural, artística etc.), de educação dos filhos (familiar).
  • Programática - sem barreiras – muitas vezes imperceptíveis – embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias etc.), normas e regulamentos (institucionais, empresariais etc.).
Destaca-se aqui, acessibilidade como um conceito amplo, um direito de que todas as pessoas tenham a possibilidade de usufruir de recursos e ações no âmbito social e ambiental. As barreiras arquitetônicas, de atitude e comunicação interferem na vida de muitas pessoas excluindo-as do meio social. Uma sociedade sustentável, conforme afirma Borges (2014), deve ter como premissas básicas para a participação democrática de todos seus habitantes em bens e serviços em condições de igualdade.
Entre as premissas básicas para o desenvolvimento da ação educativa:
  • Sensibilizar comunidades
Laplatine (2003) destaca que a experiência da alteridade, bem como a elaboração dessa iniciativa leva a ver aquilo que nem teríamos conseguido imaginar, dada a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é habitual, familiar, cotidiano, e que consideramos ‘evidente’. Aos poucos, percebe-se que o menor dos comportamentos (gestos, mímicas, posturas, reações afetivas) não tem realmente nada de ‘natural’. O conhecimento da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento das outras; e devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única. Sendo assim, considera-se como propósito o desenvolvimento de competências voltadas à humanização e à sustentabilidade para melhoria na qualidade de vida, utilizando-se de filmes como um instrumento, propiciando a melhor compreensão e entendimento das necessidades das pessoas com deficiência, em sua diversidade.
  • Reconhecer pessoas com deficiência como parte da sociedade
A Convenção da Organizações das Nações Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) e a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) apontam questões importantes na direção dos direitos humanos e do reconhecimento das pessoas com deficiência. Sendo assim, se torna cada vez mais importante que este assunto seja discutido de forma ampla e transparente, tornando-se inerente à cultura e ao comportamento de empresas e cidadãos.
  • Divulgar as várias faces da acessibilidade
O senso comum relaciona o termo acessibilidade geralmente às questões arquitetônicas e ao meio físico. Entretanto, a acessibilidade – ou a falta de – está presente em aspectos muitas vezes imperceptíveis como a comunicação, o comportamento, as políticas públicas. Sendo assim, é imprescindível que o tema seja esclarecido e ampliado nas discussões presentes na sociedade.
  • Engajar comunidades e sociedade
Arend destaca que o “poder corresponde à habilidade humana não apenas para agir, mas também para agir em concerto. O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e permanece em existência apenas enquanto o grupo se conserva unido” (2009, p.60). Sendo assim, é de suma importância que o cidadão seja informado, contextualizado e empoderado sobre o tema da acessibilidade, para que engajados na busca pela igualdade, sintam-se fortalecidos.
Para Diniz (2011 apud BORGES, 2014), a sociedade se padroniza por normas de comportamento, padrões de beleza, de inteligência, entre outros, que se tornam modelos e constituem estereótipos. O estereótipo resulta como um instrumento dos grupos, construído para simplificar o processo das relações entre eles e, nessa simplificação, justificar determinadas atitudes e comportamentos pessoais e coletivos (OLIVEIRA, 2002). “É necessário atentar para o fato de que esses padrões não são produtos da biologia, mas socialmente criados” (ABRAMOWICZ, 2005).
Neste cenário, a educação e as possibilidade de abordagem vislumbram uma cidadania participativa, a qual começa pela autonomia e emancipação das populações nas distintas realidades e comunidades em que se inserem, como afirma Freire (1996).
Esse processo de aprendizagem se concretiza à medida que se observam as atitudes e resultados concretos no cotidiano, quando a informação e o conhecimento são reelaborados, recriando possibilidades e criando novas alternativas. Nesse sentido, Gutiérrez (2013, p.175) destaca “testemunhar o processo diário no caderno da aprendizagem é animar-se a continuar aprendendo, a continuar na busca de tudo o que tem a ver com o tema em estudo. Numa palavra: é estar e viver, em atitude de aprendizagem”.
Portanto, pauta-se em uma educação problematizadora considerando o participante como uma pessoa com bagagem cognitiva-afetiva e com cultura condizente com a realidade em que está contextualizado. Parte do pressuposto de que uma pessoa só conhece bem algo quanto o transforma, transformando-se ela também no processo.” destacado por Bordenave e Pereira (1993, p.10).
Nesse sentido, a ação educativa com cinema acessível apresenta alternativas para viabilizar a acessibilidade por meio da cultura, utilizando-se de tecnologias assistivas, tais como:
  • Audiodescrição: é uma tecnologia que consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como por exemplo, expressões faciais e corporais, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura dos créditos, títulos e quaisquer outras informações escritas na tela. Ela permite que o usuário receba a informação contida na imagem em tempo real, possibilitando que a pessoa desfrute integralmente da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa, de forma similar a de alguém que enxerga normalmente.
  • Janela de Libras: nos filmes, a Língua Brasileira de Sinais traduz e interpreta para o espectador surdo ou com baixa audição, todos os diálogos e elementos sonoros fundamentais para a compreensão dos filmes, dando a este espectador a oportunidade de desfrutar da obra de forma semelhante às pessoas ouvintes.
  • Legenda explicativa: é usada pelas pessoas com baixa ou perda total da audição, que não se comunicam através da Língua Brasileira de Sinais. A legenda transcreve em texto escrito todas as falas dos personagens, os elementos não-verbais sonoros encontrados nas cenas, dando ao espectador autonomia para a compreensão do filme.
Conhecer todas essas tecnologias assistivas e outras existentes, favorece ao gestor de uma organização reconhecer a diversidade presente entre as pessoas.
É importante ressaltar que reconhecer que pessoas diferentes possuem habilidades variadas e que podem contribuir para o desenvolvimento, inclusive da empresa, evidencia o respeito pelo indivíduo e aceitação do outro, isento de discriminação, preconceitos e estigmas. Além disso, possibilita que todos os colaboradores sintam-se comprometidos com os objetivos da empresa e assim busquem desenvolver novas competências, conforme destaca Heinski (2003).
Nesse sentido, ao considerar a Responsabilidade Social Empresarial, a empresa deve estar atenta a uma postura transparente, responsável e ética com seus diversos públicos, contribuindo como agente do desenvolvimento local, junto a outras entidades comunitárias e ao próprio governo. Também enquanto um conceito amplo de cidadania corporativa e desenvolvimento sustentável, Garcia (2004) destaca que diversos desfechos podem decorrer de conjuntos de ações estabelecidas por empresas em relação à sociedade.
A seguir, descrevemos este trabalho de campo que tem como base o envolvimento de diversas representações e lideranças locais, contribuindo no desenvolvimento da ação, na coleta de dados de pesquisa de opinião e reflexo na sociedade local. Para a análise de dados foram considerados os indicadores monitorados, os conteúdos das atas de reuniões preparatórias e a pesquisa de acompanhamento.

Metodologia

Trata-se de estudo aplicado, com abordagem qualitativa e quantitativa, constituindo-se de estudo de caso, utilizando-se de abordagens específicas para intervenções, coleta e análise de dados.
A amostragem é composta de 3036 pessoas de diversas comunidades que participaram nas ações educativas por meio de cinema acessível.
A partir da possibilidade apresentada pelo Festival Cinema Acessível, é concebida a ação educativa inclusiva por meio da exibição de filmes com tecnologias assistiva, tendo como objetivo geral sensibilizar as comunidades locais e os colaboradores do Banrisul para a importância da acessibilidade de pessoas com deficiência, promovendo a igualdade e democratização ao acesso a espaços e serviços. Para alcance desse propósito, objetivos específicos foram traçados, sendo eles:
  • fomentar a participação dos mobilizadores locais e colaboradores do Banrisul na reflexão da temática da acessibilidade e realização de ação educativa de forma conjunta, conforme características locais;
  • incentivar o conhecimento de LIBRAS aos colaboradores, bem como um complemento de aprendizado aos que já participam de cursos respectivos à temática, favorecendo o acolhimento ao público com deficiência auditiva;
  • reforçar orientação de recepção a pessoas com deficiência, através da experiência de acolhimento nas sessões de filmes;
  • dar conhecimento de ações e tecnologias adotadas pelo Banrisul no acesso à informação às pessoas com deficiência;
  • possibilitar que equipe da Superintendências Regionais (SUREGs) e Agências tenham maior proximidade e envolvimento com conselhos, secretarias, associações, entidades, órgãos, universidades e comunidade em geral, difundindo a participação do Banrisul em práticas inclusivas que vem ao encontro de uma cultura para a sustentabilidade, nas respectivas localidades.
  • Identificar através de pesquisa, a percepção dos participantes, quanto à experiência de assistir um filme em formato e ambiente acessível, servindo de subsídio para estratégias futuras.
A concepção do projeto contou com etapas de diagnóstico, planejamento, realização, monitoramento e avaliação, com ações específicas, conforme descrito a seguir:
  • Diagnóstico (set/2015 a nov/2015)
    - Levantamento de Indicadores nacionais, estaduais e institucionais.
    - Identificação de espaços com acessibilidade nas localidades.
    - Reunião para estabelecer parcerias locais: COEPEDE; FADERS; SDSTJDH; IECINE.
    - Contato com SUREGs para esclarecer a proposta e identificar características locais.
  • Planejamento
    - Elaboração de roteiro para realização de atividade em cada localidade (confirmação das salas, articulações com parceiros locais, divulgação a empregados e comunidade afeta ao tema).
    - Elaboração de cronograma.
    - Contato e reunião prévia com parceiros locais para preparação de evento por localidade.
    Ainda em planejamento, foram considerados a partir de 2017:
    - Elaboração do cronograma, integrando cidades com realização de Fóruns de Acessibilidade/FADERS
    - Ampliação na articulação com Universidades
  • Realização - Divulgação em meio virtual e impresso na organização e junto aos Comitês Municipais de Pessoas com Deficiência e outros órgãos interessados.
    - Inscrição dos interessados.
    - Definição de número de sessões a cada localidade e confirmação junto aos inscritos.
    - Visita prévia à realização do evento, reunindo parceiros.
    - Realização da ação educativa, considerando recepção, atendimento ao público, falas de abertura conjunta com a representatividade das pessoas com deficiência, exibição fílmica e roda de conversa, trocando impressões a respeito da experiência.
Ainda em realização, foram considerados a partir de 2017:
- Organização dos grupos de trabalho ampliada em whatsapp específico Revisão do calendário local, integrando com datas/eventos expressivos para a comunidade
  • Monitoramento
    - Aplicação da pesquisa pós exibição fílmica.
    - Percepção dos parceiros e público-alvo envolvido na realização por localidade
    Ainda em monitoramento, foram considerados a partir de 2017:
    - Acompanhamento pelo grupo de trabalho quanto à divulgação e alternativas para mobilizar inscrições
  • Avaliação - Compilação de dados: n° de público participante; informações levantadas na pesquisa junto ao público; nº de parceiros envolvidos na estratégia de sensibilização, nº de inscrições dos empregados no curso de Libras e nº de inscrições dos empregados no curso Acessibilidade EAD.
    - Análise de conteúdo dos dados levantados em atas de reuniões preparatórias, nas pesquisas realizadas e matérias espontâneas das mídias locais.
    - Elaboração e divulgação de relatório na organização e parceiros institucionais.
    - Pesquisa de opinião compartilhada com atores locais
    - Pesquisa compilada e Relatório anual compartilhado com instituições parceiras
    - Reunião de avaliação e análise de continuidade com instituições parceiras
Nas etapas de diagnóstico e planejamento o público foi representado por parceiros locais, como associações e instituições, e parceiros estaduais, como a FADERS, SDSTJDH, o COEPEDE, além do IECINE.
A partir do mapeamento de Conselhos Municipais dos Direitos das Pessoas com Deficiências, efetuou-se a articulação para realização de ação educativa em cada localidade, a partir de contatos por e-mail e ligações telefônicas para Conselhos, Secretarias, Universidade, Entidades, Associações, Superintendências Regionais do Banrisul, Agências Banrisul e tele reuniões com administrações do Banrisul.
A cada contato realizado, contribuições e observações eram acolhidas como sugestão de convites, mobilizando a maior representatividade possível para as reuniões preparatórias e envolvimento de público conforme cada região.
Para escolher os espaços para a ação educativa, foi importante atentar para a acessibilidade em relação aos aspectos arquitetônicos e de recursos audiovisuais acessíveis para que pessoas com deficiências auditiva, visual, física ou motora e intelectual ou cognitiva fossem acolhidas.
Os locais definidos foram espaços propícios para projeção de filmes, com acessibilidade a pessoas com deficiência. Para tal, foi realizado levantamento prévio de salas em cada localidade, por meio do IECINE, Órgãos Municipais, Ministério Público do RS e Fecomércio/SESC.
Ao longo da etapa de realização, a articulação e participação do público esteve presente em diversos momentos. Na comunicação, a divulgação ocorreu por meio de e-mail direto aos respectivos colaboradores e via intranet – hot site, incluindo descrição das imagens da campanha. Para envolvimento de pessoas com deficiência e respectivas entidades, foi produzido e-mail específico para esses, incluindo descrição da imagem que acompanha a divulgação, para atender o público com deficiência visual.
Em 2017, os grupos de trabalho locais optaram em organizarem-se a partir de whatsapp, aproximando mais colaboradores do Banrisul e instituições diversas, favorecendo análise e tomada de decisões em conjunto.
Para as inscrições e pesquisa, utilizou-se formulário eletrônico estruturado na ferramenta Survey Monkey tanto para colaboradores do Banrisul como para entidades de atendimento à pessoa com deficiência. O formulário foi acessado por link em e-mail, bem como com código QR Code, que, se interpretado por aplicativo de celular, remete à página do formulário na internet. Em ambos os recursos eletrônicos apresenta-se possibilidade de acessibilidade, garantindo o acesso a grupos diversos.
A ação educativa, com aproximadamente 03h de duração, entre os horários de 14h e 21h, contemplava recepção do público e cerimonial de abertura (fala de representantes/atores locais e Universidade Corporativa Banrisul). Na ação, incentiva-se a participação do público, oportunizando manifestarem-se quanto à experiência, no momento de roda de conversa após a sessão fílmica. Em algumas localidades ocorreram mais de uma sessão.
Também, durante a sessão fílmica, eram oferecidas máscaras para quem desejasse cobrir os olhos, favorecendo ao público vivenciar o filme de forma diversa – vendo, ouvindo e sentindo. Essa experiência também favoreceu a compreensão de limitações e o entendimento de acolhimento e melhor abordagem à pessoa com deficiência.
O monitoramento pautou-se no número de participantes, bem como no perfil de público para ter um ambiente acolhedor a todos e que fosse convidativo à diversidade. Além disso, o monitoramento por meio da pesquisa de opinião pós evento, disponibilizado por QR Code no próprio ambiente da ação e via e-mail, com acesso ao link da pesquisa.
Para avaliação considerou-se dados quantitativos, tais como: número de parceiros locais, número de participantes da comunidade, número de colaboradores do Banrisul, número de mídias espontâneas; número de outras experiências que se replicaram a partir da iniciativa. Além disso, a avaliação integrou dados qualitativos, tais como: aprendizados compartilhados na trajetória de cada edição, análise de depoimentos, interesse manifestado pelos parceiros locais em dar continuidade em trabalhar com a temática da acessibilidade.
A análise dos dados voltou-se à influência que a ação educativa exerceu na percepção dos diversos participantes envolvidos, utilizando a técnica de análise de conteúdo, reunindo todos os elementos apresentados em memórias de reuniões, registros de inscrições e de pesquisas, bem compartilhamento em mídias e espaços acadêmicos.

Resultados

Ao revisitar os ciclos de 2016 e 2017 da ação educativa com cinema acessível, percebeu-se a riqueza de reflexões e aprendizados, a começar pelo alcance do objetivo geral “Sensibilizar comunidades locais e os colaboradores do Banrisul quanto à importância da sensibilidade das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, promovendo igualdade e democratização ao acesso a espaços diversos”.
No transcorrer das edições e na manutenção do processo como um todo, junto aos parceiros institucionais – SDSTJDH, FADERS, COEPEDE e IECINE, analisou-se resultados periódicos do projeto e retomou-se as atribuições de cada parceiro.
Para o alcance do objetivo específico 1 (Fomentar a participação dos mobilizadores locais e colaboradores do Banrisul na reflexão da temática da acessibilidade e realização de ação educativa de forma conjunta, conforme características locais), salienta-se a interação dos facilitadores dessa ação educativa com o público-alvo que se desenvolveu por meio de experiência que provesse diálogos e debates, propiciando o aprimoramento das edições, valorizando a transformação participativa, atenta à prática pedagógica com caráter emancipatório, a partir da reflexão coletiva a respeito dos recursos de acessibilidade.
O potencial de articulação e atenção dada à temática da acessibilidade estão expressos nos dados quantitativos da Tabela 1, demonstrando participação e envolvimento com diversos atores, conforme as características de adesão por localidade. Entre os dados, destacam-se o total de 3.036 pessoas como público participante; o envolvimento de 305 colaboradores do Banrisul, sendo que desses, 88 capacitados em LIBRAS, aproveitando a oportunidade de praticar o diálogo por meio dessa língua; as 92 agências envolvidas, considerando suas localizações geográficas e logísticas de acesso.

 
No transcorrer das edições em cada localidade, o envolvimento com a temática acessibilidade foi sendo enriquecida com a peculiaridade de cada região e aprendizados conjuntos. Esse processo de sensibilização e educação vivencial ocorreram de forma recíproca tanto à comunidade local como para a condução e continuidade da ação. O monitoramento dos indicadores propicia que estratégias possam ser aprimoradas tendo em vista o enriquecimento e valorização do público, em contrapartida ao investimento e mobilização da instituição.
O alcance do objetivo específico 5 (Possibilitar que equipe das superintendências regionais e agências do Banrisul tenham maior proximidade e envolvimento com conselhos, secretarias, associações, entidades, órgãos, universidades e comunidade em geral, difundindo a participação do Banrisul em práticas inclusivas que vem ao encontro de uma cultura para a sustentabilidade, nas respectivas localidades) está retratado no envolvimento das administrações das Suregs e agências do Banrisul.
Essas administrações, das 18 localidades, a partir de reuniões presenciais e tele-reuniões, impulsionaram a participação dos colegas de trabalho, familiares, amigos, além do envolvimento de organizações conhecidas, estudantes e professores interessados no tema.
Além desse aspecto junto às equipes de trabalho, os gestores sejam das localidades que sediaram a ação ou de municípios próximos, perceberam oportunidade de envolverem e oportunizarem para instituições que teriam interesse em participar como APAES, a exemplo os municípios de Canoas, Campo Bom, Cidreira, Taquara, em relação ao evento de Novo Hamburgo; Panambi em relação ao evento de Palmeira das Missões; Lajeado em relação a Santa Cruz do Sul; Restinga Seca em relação a Santa Maria.
No ano de 2017, os eventos realizados em Lajeado e Panambi já contaram com mobilizadores locais conhecedores da ação, contribuindo na elaboração do planejamento e implementação.
Para o alcance do objetivo específico 2 (Incentivar o conhecimento de LIBRAS aos colaboradores, bem como um complemento de aprendizado aos que já participam de cursos respectivos à temática), ressalta-se o envolvimento dos colegas capacitados em LIBRAS. Esses, nos primeiros contatos com reuniões preparatórias e eventos, sentiam-se intimidados e inseguros para o acolhimento do público nos eventos. Mas, no transcorrer da organização da ação, percebiam que eram convidados a participar da vivência, acompanhando intérpretes de cada exibição fílmica, juntamente para vivenciar e praticarem o diálogo de LIBRAS. Essa relação de parceria estabelecida, reconhecendo o potencial e apoio para maior desenvolvimento gerava tranquilidade e disponibilidade em participar, o que naturalmente difundia-se nas outras localidades.
Além disso, registrou-se um aumento dos colaboradores capacitados em LIBRAS do início da ação educativa com cinema acessível. Aproximadamente, 15% , inscritos no referido período, na busca de aprimorar o atendimento às pessoas com deficiência auditiva.
O objetivo específico 6 (Identificar através de pesquisa, a percepção dos participantes, quanto à experiência de assistir um filme em formato e ambiente acessível, servindo de subsídio para estratégias futuras), está identificado na percepção do público, que foi muito relevante a cada edição.
No próprio desenvolvimento das ações, após as sessões dos filmes, as rodas de conversa, com aproximadamente 20 minutos de duração, enriqueceram-se imensamente com os depoimentos do público. Além desses momentos, foi desenvolvida pesquisa junto aos participantes, disponibilizada via QR Code ou link encaminhado por e-mail.
O formulário eletrônico obteve 319 respondentes dos 652 e-mails informados nas inscrições, permitindo saber através de índices o quanto a ação educativa contribuiu conforme os itens listados na Tabela 2.


Com relação ao objetivo específico 3 (Reforçar orientação de recepção a pessoas com deficiência, através da experiência de acolhimento nas sessões de filmes), o ambiente propiciado pela ação educativa propiciou aos 305 colaboradores, a experiência de acolhimento e abordagem às pessoas com deficiência. Concomitante a essa ação e sua repercussão, acredita-se que tenha suscitado o interesse pelos colaboradores em inscrever-se no curso EAD Acessibilidade Banrisul. Em 2016 e 2017, houve respectivamente 770 e 866 inscrições, do total de 2.620, entre 2014 a 2017, representando aumento de 62%, demonstrado no Figura 1.


Na ação desenvolvida em Palmeira das Missões, empresa de município vizinho, participou do evento, envolvendo seus colaboradores com deficiência, demonstrando interesse em replicar a ação.
Experiência semelhante ocorreu em Porto Alegre, a partir da proposição de colaboradora do Banrisul e, também, aluna de Administração de Universidade local, para que a referida instituição desenvolvesse a ação junto aos alunos de graduação. Essa reflexão coletiva contribui de forma gradativa para dar luz na “opacidade de direitos”, referido por Cárcova (1998), no sentido da necessidade e da extrema importância de se propiciar um sistema em que as pessoas tenham acesso a ferramentas promotoras e formadoras de consciência e entendimento de seus direitos para que possam ter autonomia na vida em sociedade.
Da mesma forma, o fato de acompanhar as edições presencialmente e de serem difundidas nas mídias internas do Banrisul, gerou maior criticidade no âmbito interno da organização.
O objetivo específico 4 (Dar conhecimento de ações e tecnologias adotadas pelo Banrisul no acesso à informação das pessoas com deficiência), está representado na reflexão dos recursos de acessibilidade. Essa reflexão favoreceu aprimorar e inovar algumas práticas, entre elas: orientações aos instrutores do Banrisul quanto à acolhida e abordagem em sala de aula aos colegas com deficiência; aperfeiçoamento de sistema de cadastro de clientes; a disponibilidade de agência bancária, em Porto Alegre, apresentar o uso de autoatendimento às pessoas com deficiências para integrantes de escola que desenvolve preparação para o mercado de trabalho. Além disso, a inclusão das tecnologias assistivas na campanha publicitária do Banrisul, em fevereiro de 2017, demonstrando atenção a todos os seus clientes e respeitando suas necessidades e diversidades.

Considerações Finais

Estar atento à voz e às perspectivas das pessoas envolvidas foi fundamental para a aprendizagem oportunizada por esse processo. Como afirma Franco (2005), mediante a participação consciente, os sujeitos da pesquisa passam a ter oportunidade de se libertar de mitos e preconceitos que organizam suas defesas à mudança e reorganizam a sua auto-concepção de sujeitos históricos.
Nos âmbitos das comunidades envolvidas, identificou-se ao longo das reuniões preparatórias e realização das ações educativas, momentos importantes de reflexão e mobilização, tais como:
- Conhecimento das próprias iniciativas locais, a medida de diálogo dos diversos atores, órgãos públicos e integrantes da sociedade civil;
- Reflexão quanto ao funcionamento local para efetiva acessibilidade, considerando as barreiras arquitetônicas, comunicacionais e atitudinais;
- Desenvolvimento cultural dos sujeitos implicados na ação;
- Reflexão na perspectiva de superação às condições de desigualdade, alienação e de convenções cotidianas.
Como um ciclo em espiral, a participação crítica dos sujeitos permitiu readequações e alterações que foram ocorrendo no transcorrer do processo, levando em consideração a emancipação dos sujeitos e das condições que obstruem esse processo emancipatório, do aprimoramento da ação educativa, bem como da mobilização local frente ao tema. Entre os destaques de amadurecimento e aprimoramento estão: a integração de colaboradora do Banrisul como intérprete de LIBRAS; a parceria com Universidades; as condições ambientais para participação dos autistas, entre outras.
O fato das edições e aprendizados mútuos na facilitação de cada ação educativa, foi gradativamente sendo compartilhada por mídias espontâneas, que levou ao interesse de trocas em espaços acadêmicos, sendo desenvolvido relatos de experiências e oficinas em seminários e congressos, entre outros.
Frente aos resultados apresentados, entendem-se que os objetivos da proposta foram alcançados e suscitam continuidade e fortalecimento de novo ciclo. Ao longo do desenvolvimento da ação educativa, o escutar, o observar e o sentir deverão estar presentes, identificando aspectos relevantes a serem considerados, enquanto caminhada de amadurecimento e apropriação da temática pela organização Banrisul. Entre esses aspectos, estão: o crescente envolvimento dos colaboradores capacitados em Libras para contribuir na identificação de localidades em conjunto com as Suregs e FADERS; a contribuição para a acessibilidade em mais estratégias de relacionamento do Banrisul para a sociedade. Por fim, o trabalho aqui apresentado permite ser generalizável e multiplicado, desde que considere a diversidade do contexto a que for desenvolvido.

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1 Pedagoga. Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Ensino na Saúde – UFCSPA
2 Administrador. Especialista em Inteligência Estratégica e Competitiva – PUC/RS
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