Qualidade de Vida de Tradutor Interprete de Língua de Sinais (Tils)

Aline Sarturi Ponte 1
Priscilla de Oliveira Reis Alencastro 2


A inclusão tem exigido das Instituições de Ensino aperfeiçoamento e adaptações para a oferta de um ensino de qualidade e igualitário para todos os alunos/acadêmicos. No caso dos alunos/acadêmicos surdos o Tradutor Interprete de Língua de Sinais (TILS) é um profissional de extrema importância nas salas de aula, mas a intensa carga horária de trabalho têm levado alguns profissionais ao adoecimento1. Este estudo tem o objetivo de avaliar qualidade de vida de TILS. Este é de natureza quantitativa e descritiva. A amostra é constituída por TILS servidores de uma Universidade pública do interior do Rio Grande do Sul, RS, esta conta com 10 TILS, mas no período da coleta de dados (agosto e dezembro de 2017) somente 7 mantinham acompanhamento terapêutico ocupacional. Para a coleta utilizou-se uma anamnese e para qualidade de vida utilizou-se o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL – Bref), este considera quatro domínios, sendo eles: o físico, psicológico, social e ambiental. Realizou-se análise descritiva dos dados com o auxílio do Software Statistica 9.1. O trabalho pode promover equilíbrio psíquico e realização de si, sendo considerado essencial para busca de sentido, este exerce um papel central na construção da saúde2 e na qualidade de vida do trabalhador, a qual é definida como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Pode-se observar que 6 (86%) participantes eram do sexo feminino e 1 (14%) do sexo masculino; a média de idade destes foi de 34 anos; quanto a escolaridade observou-se que 2 (29%) tinham concluído o ensino médio e 5 (71%) tinham o ensino superior completo; a jornada de trabalho é de 8 horas diárias, estes trabalham individualmente e todos classificaram o seu trabalho como desgastante. Na avaliação de qualidade de vida a média do escore final foi de 48,9 (mínimo 35,3 e máximo 66,1), sendo esta considerada baixa, o domínio com a média mais baixa foi domínio físico com 42,9 (mínimo 21,4 e máximo 53,3), seguido do domínio psicológico 50,0 (mínimo 25,0 e máximo 70,8), domínio social de 51,7 (mínimo 33,3 e máximo 75,0) e domínio ambiental de 51,8 (mínimo 28,1 e máximo 68,8). Pode-se observar que o desgaste gerado pela jornada de trabalho dos TILS pode estar prejudicando a qualidade de vida dos mesmos.

Referências

VARGAS, J.; GOBARA, S. Interações entre o aluno com surdez, o professor e o intérprete em aulas de física: uma perspectiva vygotskiana. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v.20, n.3, p.449-460, jul./set., 2014.
LANCMAN, S.; BARROS, J.O.; JARDIM, T.A. Teorias e práticas de retorno e permanência no trabalho. Rev Ter Ocup Univ São Paulo, maio/ago.;27(2): 2016.
WHOQOL GROUP. Development of the WHOQOL: Rationale and current status. dInternational Journal of Mental Health, v. 23, n. 3, p. 24-56, 1994.

1 Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM 
2 Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM
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